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Médias Móveis

  • Pedro Fernandes
  • 14 de mar. de 2016
  • 5 min de leitura

i) O que são e quais os seus tipos

As médias móveis (MAs) pertencem a um grupo de indicadores denominado indicadores de tendência. A sua função principal é suavizar o movimento do preço, retirando algum do seu ruído e desta forma, permitir uma leitura mais fácil e objectiva desse movimento.


O propósito deste tópico não é o de entrar em grandes considerações matemáticas sobre o indicador média móvel (MA). Irei portanto, abster-me duma abordagem mais aprofundada nesse âmbito, pois para quem pretende transaccionar recorrendo ao seu uso, não existe a necessidade desse conhecimento.


As MAs podem ser de vários tipos consoante a forma como são calculadas. Neste tópico, falar-se-á apenas sobre as Simples (SMA - simple moving average) e sobre as Exponenciais (EMA - exponential moving average) por serem as mais utilizadas. Dentro destas, uma vez que as considerações seguintes poderão ser extrapoladas para qualquer tipo de média, consideraremos apenas as médias calculadas com base no preço de fechamento, por serem também as mais amplamente utilizadas.


Em termos latos, o mais importante a reter é que o comportamento duma MA varia consoante a fórmula matemática por detrás da mesma, ou seja, através da qual é calculada, mas sobretudo, em função do nº de períodos que são tidos em conta para esse mesmo cálculo.


Genericamente, MAs com um nº inferior de períodos, são mais «rápidas» que MAs com um nº de períodos superior. Ou seja, respondem mais rapidamente à variação do preço. Da mesma forma, uma EMA com o mesmo nº de períodos duma SMA, responde mais rapidamente ao movimento dos preços. Neste contexto, é fácil perceber que por exemplo, uma EMA de 50 períodos será sempre mais rápida que uma SMA com os mesmos 50 períodos. Assim como, uma SMA de 20 períodos será mais rápida que uma SMA de 100 períodos. À priori, a rapidez poderá parecer uma vantagem, contudo, conforme descreve o quadro abaixo, nem sempre isso é uma realidade... Seguidamente, descrevem-se alguns Prós e Contras dos 2 tipos de MA abordados neste tópico:



Quando usamos uma MA de 14 períodos, por exemplo, significa que é calculada com base nos últimos 14 candlesticks do timeframe que estamos a analisar (...M15 / H1 / H4 / D1...). Se usarmos uma de 200, o cálculo basear-se-á nos últimos 200 candlesticks do timeframe respectivo.


ii) O Mito das Médias Móveis e a eterna questão «Quais devo usar»?

Durante um certo período da minha vida, talvez como tantos outros traders que se iniciam, tive a tendência para usar parte do meu precioso tempo na busca incessante duma espécie de «Holy Grale». Nessa fase, dediquei-me a estudar o mercado com as mais variadas combinações de indicadores, nas mais diversas paridades e timeframes. Após esse período, percebi que essa espécie de «poção mágica» que nos torna vencedores de todos as transações, não existe! Seja isoladamente ou em conjunto com outro(s) indicador(es), não há «o indicador», nem tão pouco a combinação perfeita de indicadores que por si só, nos leve a uma sequência interminável de vitórias. Desta forma, o caso particular das MAs não foge à regra. E como tal, deverão ser encarados apenas como mais uma ferramenta de auxilio para nos ajudar a tomar decisões e não como o factor determinante que nos leva às mesmas. Ainda assim, na minha opinião, visto que entrar a favor da tendência reveste-se de extrema importância para o sucesso duma transação, estou em crer que as MAs são o indicador mais interessante que se pode usar. Obviamente, cada trader é um trader e tem o seu estilo e estratégia, e nesse sentido, haverá certamente muita gente que discordará desta afirmação. Nesse óptica, é importante conhecer bem o indicador antes deste ser utilizado em transações reais. Seja ele uma MA, Bollinger Bands, MACD, RSI, ou qualquer outro, devemos primeiramente testá-lo nas suas mais diversas variantes e perceber se se adequa ao nosso estilo. Por vezes uma MA com determinados ajustes, pode não ser a melhor para transaccionarmos e a mudança desses «settings» pode ser determinante para uma maior taxa de sucesso.


Não raras vezes, nas minhas aulas de formação de traders, quando chegávamos à parte dos indicadores de tendência, nomeadamente as médias móveis, havia sempre alguém que questionava «quais devo usar?» ou «quais são as melhores?»


A minha resposta era sempre «Não sei» e na realidade não era má vontade. O conjunto de médias que se pode adaptar melhor à minha forma de transaccionar, não é necessariamente o melhor para outro trader. Contudo, existem valores que por serem usados por muitos traders parecem «bater» mais vezes certo com as movimentações do mercado. Dentro desta lógica, as médias móveis de 200 e 50 períodos, quer na variante exponencial ou simples, são utilizadas por uma grande franja de traders. Dentro das médias menores, ou com menos períodos, destacaria a SMA de 5, 14 e 20 períodos.


O uso de médias móveis, pode ser feito de forma isolada ou em conjunto com outras médias. Não raras vezes, o uso de mais que uma MA é feito como intuito de reforço do sinal da média mais rápida e desta forma, fugir ao maior número de chamados «sinais falsos». Consoante a estratégia adoptada, é comum usar-se um conjunto de duas ou mesmo três médias móveis.


Quanto a pares de médias móveis, a combinação EMA5 com EMA10 é muitas vezes usada, contudo, por estarmos a falar de um par em que ambas são médias muito rápidas, este par geralmente é acompanhado de outros indicadores do grupo dos osciladores (RSI ou Stochastic) ou do grupo dos indicadores de momento (MACD ou Double Woodie CCI). Outros pares que parecem combinar muito bem são SMA5 com SMA20 e SMA14 com SMA50.


iii) Como transaccionar recorrendo a Médias Móveis?

Existem diversas estratégias de negociação recorrendo a médias móveis, no entanto, recorre-se à sua utilização em especial nas seguintes situações:


1. Para determinar a tendência do mercado

Esta é a utilização mais simples que se pode fazer duma média móvel. Nestes casos, considera-se que:

sempre que a MA está por cima do preço o mercado está em tendência descendente;

sempre que a MA está por baixo, considera-se que a tendência é ascendente.


2. Para obter um sinal de entrada quando cruzam entre si

Como foi falado anteriormente, existem estratégias que usam mais que uma MA, nestas situações, considera-se como sinal de entrada o cruzamento entre médias. Sempre que a média rápida está por cima da lenta, o sinal é de compra, por outro lado, sempre que a média lenta está por cima da rápida, o sinal é de venda.



3. Para usar como suporte e resistência dinâmicos

Outra forma de usar médias móveis é utilizando-as como níveis de suporte e resistência dinâmicos. Elas são chamadas dinâmicas, porque contrariamente aos níveis de suporte e resistência tradicionais, vão-se ajustando / adaptando aos movimentos do preço, tal como mostra a figura.



No exemplo acima, verifica-se que a EMA50 vai fazendo de resistência, sendo por diversas vezes tocada, sem que o preço a consiga ultrapassar, voltando a ressaltar, gerando assim boas oportunidades de venda.


No exemplo seguinte, verifica-se que numa primeira fase a EMA50 foi resistência, no entanto, à quarta tentativa, o preço consegue mesmo quebrar a resistência, tornando-a assim suporte, e portanto, gerando oportunidades de compra.



iv) A importância da inclinação e a distância entre Médias Móveis

A título de considerações finais, gostaria de referir dois aspectos que me parecem ser de muita relevância para quem quer transaccionar com MAs, não devendo por isso ser ignorados. O primeiro refere-se à inclinação da média, quanto mais inclinada, maior será a força do movimento do preço no sentido da inclinação, portanto, uma média com pouca inclinação, é reflexo duma quase ausência de tendência, enquanto uma MA muito inclinada, reflecte uma tendência forte, sendo por isso mais fiável. A outra questão que gostaria de referir relaciona-se com o uso de mais que uma MA, nesse cenário, após o seu cruzamento, devemos considerar que o afastamento das MA, reflecte um aumento da força da tendência, enquanto, uma aproximação, bem pelo contrário, reflecte uma perda de força. Contudo, a perda de força nem sempre está associada a uma inversão de tendência, muitas vezes, ele significa apenas a existência duma retração, que em seguida poderá gerar novo impulso, dando assim continuidade à tendência em vigor.

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